Presidente do BC prevê até três meses de deflação, véspera das eleições

24 agosto 2022


O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse na última terça-feira que espera “dois ou três meses” de deflação neste ano, principalmente por conta de medidas como a redução de impostos e o teto do ICMS sobre combustíveis e energia. Isso significa que o país poderá ter redução dos preços até as vésperas das eleições.

“Quando nós olhamos para o processo de inflação, esperamos dois ou três meses de deflação. Nós tivemos deflação no mês passado e provavelmente teremos neste mês. Novamente, bastante impactado pelos preços de energia e pelas medidas”, afirmou.

A deflação acontece quando a cesta de produtos analisada pelo IBGE para o IPCA tem um preço menor em um mês em comparação ao mês anterior.

No entanto, a deflação de julho, a primeira desde maio de 2020, não aconteceu por conta de uma queda natural de preços depois de meses em alta ou do efeito das altas nos juros promovidas pelo Banco Central (BC), mas principalmente devido ao teto da cobrança de ICMS em combustíveis e energia elétrica que entrou em vigor em julho.

O corte do ICMS, juntamente com outras medidas, foram incentivadas pelo governo para tentar melhorar as chances de reeleição do presidente Jair Bolsonaro, em segundo lugar nas pesquisas.

O IBGE calculou uma deflação de 0,68% em julho, a primeira desde maio de 2020. O órgão vai publicar na quarta-feira o IPCA-15 com a prévia da inflação de agosto com o mercado já prevendo uma nova deflação.

Neste cenário, Campos Neto afirmou que a inflação deste ano deve ficar em 6,5%, previsão mais baixa do que a registrada na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) no início do mês, que era de 6,8%. A projeção também está abaixo dos 6,82% previstos pelo mercado.

“Quando olhamos para o Brasil há um processo de inflação alta. A inflação deste ano deve ficar em cerca de 6,5% ou mais baixo. Não estamos celebrando isso, ainda há um trabalho muito grande a ser feito”, ressaltou o presidente do banco Central.

No patamar projetado, a inflação ainda estouraria a meta de 3,5% estipulada para este ano mesmo considerando o intervalo de tolerância que tem um teto de 5% e um piso de 2%.

Segundo o presidente do BC, o órgão ainda olha com cuidado para o processo de inflação nos serviços. O setor está com atividade em alta e saltou quase 9% no primeiro semestre.

“Nós ainda vemos a inflação de serviços subindo. O núcleo da inflação começa a moderar, nós temos bons sinais, mas não é razão para comemorar ainda. Realmente vemos preços administrados caindo e preços de alimentos mais ou menos estáveis, provavelmente indo um pouco para baixo”, afirmou.

Autor/Veículo: O Globo

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